domingo, 5 de abril de 2015

Pertencimento

Ela nada tranquila no azul. Mergulha. Flutua. Olha para cima e vê um rabo de baleia. Percebe-se pequena. Assusta-se. Acredita-se. A baleia vira golfinho. Juntos brincam de ser uno. Universo.

Depois ela aparece dentro da casa. A casa de paredes verdes, um único cômodo. A casa está prenha de dor. A morte está sentada no centro. Veio pela mãos dos homens, sem pedir licença. Arrancou do pequeno lar o menino. 

A dor daquela gente também é dela. Ela chora. Sabe-se irmã, mãe e filha da Terra e da humanidade.


A baleia, o golfinho, o lar, o menino, ela e o mar se fazendo de céu. O universo (in)contido no peito. 

(Bianca Velloso)


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